sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

TEORIA DAS COMUNICAÇÕES
E NOVAS TECNOLOGIAS


A comunicação está em tudo o tempo todo. Mas o que é COMUNICAÇÃO? Todos nós sabemos o que é comunicação, porém não temos uma definição concreta. Falar, o modo de olhar, escrever, tocar, tudo isso é se comunicar. Temos certeza de uma coisa: É preciso, é necessário, é socializar-se, é expressar-se, é entender, é básico.

Mas o que é a COMUNICAÇÃO no universo acadêmico, uma ciência? Bem, para ser uma ciência será preciso definição de seu objeto. Qual é então o objeto de investigação da comunicação? Na realidade a natureza interdisciplinar da comunicação faz com que seu objeto tenda a se confundir com o de outras ciências. A riqueza semântica da palavra comunicação a faz percorrer grande extensão das Ciências Humanas.

A noção de comunicação recobre uma variedade de sentidos. Da situação de diálogo entre duas pessoas, passando pela análise de um fenômeno político ou histórico, um estudo sobre internet, a comunicação visual ou por gestos e ainda a comunicação de massas, o conceito se aplica.


COMUNICAÇÃO - Palavra derivada do latim communicare, cujo significado seria tornar comum, partilhar, repartir, associar, trocar opiniões, conferenciar. Implica participação, interação, troca de mensagens, emissão ou recebimento de informações novas. 

A grande discussão acadêmica dos anos 90 foi um fenômeno chamado “Globalização”, quando o planeta aderia a rede global de comunicações, e as informações eram passadas em tempo real para todos os habitantes que estivessem conectados ou ainda, o impacto nas redes de televisão e jornais, entre outros veículos de comunicação de massa, onde já não era preciso esperar dias ou até semanas para terem acesso a material para divulgação de uma notícia, devido às novas tecnologias.


A Comunicação é hoje um dos temas mais lembrados e comentados em todo tipo de organização humana. Nada escapa à comunicação, ela invade todos os campos. Em qualquer situação, seja profissional, seja social, seja em pesquisas e estudos, seja no âmbito das relações pessoais, seja nas várias correntes científicas, nas várias disciplinas, seja no ambiente político, no entretenimento, na educação, no ordenamento jurídico, nas organizações religiosas, sempre se ouvirá algo em torno do vocábulo ‘Comunicação’.

Objeto da comunicação: trata-se de um objeto que está à nossa frente, disponível aos nossos sentidos, materializado em objetos e práticas que podemos ver, ouvir, tocar. A Comunicação tem uma existência sensível; é do domínio do real, trata-se de um fato concreto de nosso cotidiano.

a comunicação é um processo social básico de produção e partilhamento do sentido através da materialização de formas simbólicas” (FRANÇA, 2001, P.41).

        


             PROCESSO DE COMUNICAÇÃO


                             
O processo de comunicação aplica-se a todas as formas de comunicação e nos ajuda a compreender a comunicação em diferentes situações e contextos. Os elementos que compõem o processo de comunicação são os seguintes:

O homem é um ser social; daí sua necessidade de comunicação, como emissor ou como receptor de mensagens. Para que haja comunicação, é necessário que ele utilize um sistema qualquer de sinais - os signos - devidamente organizado.

Nos vários exemplos de atos de comunicação, desde o "bom-dia" até o "boa-noite", o homem comum emite e recebe uma série de mensagens, ora gestuais, ora sonoras ou escritas e até mesmo visuais. Isso nos permite concluir que nos utilizamos de diversos códigos de comunicação, sendo a língua o mais importante deles. 

Toda mensagem se refere a um contexto, a uma situação, e para ser transmitida necessita de um meio físico concreto. Esse meio é chamado de canal de comunicação. 


Para que a transmissão da informação ocorra adequadamente, 
são necessários 6 elementos:



EMISSOR, destinador ou remetente: aquele que emite a mensagem; pode ser uma firma, uma pessoa, um jornal (no caso de editorial) etc;

RECEPTOR ou DESTINATÁRIO : aquele que recebe a mensagem; pode ser uma pessoa ou um grupo de pessoas (os leitores de um jornal, os alunos de uma sala de aula etc);

MENSAGEM: o conjunto das informações transmitidas;

CÓDIGO: o conjunto de signos e regras de combinação desses signos, utilizados na transmissão de uma mensagem.  A comunicação só será efetiva se o receptor souber decodificar a mensagem;

CANAL DE INFORMAÇÃO OU CONTATO: o meio concreto pelo qual a mensagem é transmitida: voz, livro, revista, emissora de TV, jornal, computador etc;

FEEDBACK- dar retorno, resposta


     TAMBÉM EXISTENTES:

CONTEXTO OU REFERENTE : a situação a que a mensagem se refere.

RUÍDOS: são interferências que podem afetar o processo de comunicação, atrapalhando a compreensão da mensagem ou mesmo alterando o seu sentido original.



Se um indivíduo transfere a resposta que deu a um estímulo para outro estimulo diferente, diremos que ele aprendeu, e se um individuo começa a responder de forma diferente a um estimulo a que já tenha respondido antes, diremos que aprendeu.’’ (BERLO, DAVID K. 1991,p 82.).

Nós como comunicadores precisamos atender os desejos do individuo, e muitas vezes nossos objetivos exigem aprendizagem por parte dos receptores.



DIFERENTES TIPOS DE COMUNICAÇÃO




INTRAPESSOAL - capacidade de compreender a si mesmo, tanto sentimentos e emoções, quanto estilos cognitivos e inteligência;

INTERPESSOAL - é um método de comunicação que promove a troca de informações entre duas ou  mais pessoas;

COMUNICAÇÃO EM GRUPO - refere-se à comunicação entre 3 ou mais indivíduos. Pequenos grupos de comunicação inclui os números de 3 a cerca de 20 pessoas, e grande grupo de comunicação inclui um número maior do que isso ( ou seja, uma sala de aula para 300 alunos, ou uma produção teatral com um público de 3.000);

COMUNICAÇÃO DE MASSA - disseminação de informações através de jornal, televisão, rádios, cinema e também pela internet, os quais se reúnem em um sistema denominado "mídia"



Existem inúmeras formas de se trocar informações, ou seja, de se comunicar. Uma das mais eficazes para o ser humano é a comunicação verbal, que ocorre quando um grupo de indivíduos com interesses comuns ou correlatos se reúne.



                 VERBAL ESCRITA                              VERBAL ORAL.

                 Livros                                                    Diálogo entre duas pessoas
                Jornais                                                                      Rádios
                Cartazes                                                                   TV
                Cartas                                                                       Telefones.




É caracterizada pelo uso de gestos, da mímica, do olhar, da voz e dos sinais paralinguisticos, da organização espacial e da localização. Estes, que são determinantes de uma relação interpessoal dos indivíduos

Cada código se vale de signos específicos para transmitir uma mensagem: nas placas de trânsito, símbolos gráficos convencionais; nos rituais indígenas, a pintura corporal, em que as cores e sua distribuição pelo corpo remetem a crenças e mitos da comunidade; na pintura, as linhas e cores, que cada artista combina de modo pessoal para transmitir sua particular visão do mundo. 



Linguagem e comunicação


LINGUAGEM - É a capacidade do homem de comunicar-se por meio de sistemas de signos convencionais, que podem ser verbais ou não-verbais.

LÍNGUA  - Língua é um sistema de signos que serve de meio de comunicação entre os membros de uma comunidade linguística. Os signos de uma língua substituem os objetos e os representam. Assim:


FALA - Realização concreta de uma língua, feita por um individuo de uma comunidade num determinado ato de comunicação.
      
              

Etimologicamente, significa “tecido”, “conjunto de fios entrelaçados, formando trama”.  Texto – como tecido – é, antes, combinar, engendrar, construir  relações

Para os estudos de comunicação, texto é definido como o objeto por excelência das ciências humanas. Pois o texto, diferentemente do ‘objeto’ das ciências exatas, se movimenta e nunca é o mesmo, a cada instante do processo enunciativo. Portanto não há comunicação sem texto e tampouco não há texto fora do processo comunicativo. Mesmo que a palavra texto tenha como referente ‘conjunto verbal’, podemos estendê-la aos signos em geral, definindo texto como um processo de signos que tendem a evitar seus referentes..

A palavra signo vem do grego secnom, raiz do verbo “cortar”, “extrair uma parte de” e que deu em português, por exemplo, secção, seccionar, sectário, seita e sigla. Do derivado latino signum são numerosas as palavras que se compuseram em nossa língua: sinal, sina, senha, sineta, insígnia, insigne, desígnio, desenho, aceno, significar etc...





Os discursos estão em contínua relação de diálogo uns com os outros. Sua  convivência dentro da sociedade acontece nas tramas dialógicas entre vários discursos, vindos de lugares diferentes, com mais ou menos força, com mais ou menos impacto. Os discursos se integram em uma relação dialógica – colidem, transformam-se, trocam significados e signos, enfim, se rearranjam em novos discursos a partir de uma interação constante.




 Pode-se explicar Interdiscurso como sendo a constituição de um discurso em relação a outro já existente, isto é, trata-se de um conjunto de ideias, organizadas por meio da linguagem, que se apropria, implícita ou explicitamente, de outras configuradas anteriormente.

No momento em que o texto passa a representar um enunciado, ele ganha autoria e torna-se constitutivo de um todo de sentido. Apresenta-se, contudo, sem se repetir. Para Bakhtin (1992) ninguém diz a mesma coisa duas vezes, as palavras podem ser as mesmas, mas o tom de voz, o contexto, os interlocutores são diferentes, portanto, as manifestações de emoção pensamento, sentido e significado se alteram.

O conceito de interdiscurso em Bakhtin aparece com o termo dialogismo. Porém, é oportuno afastar leituras distorcidas em relação a esse termo. O dialogismo não equivale ao diálogo no sentido de interação face a face, como também não existe dialogismo entre interlocutores, esse é sempre entre discursos: o do locutor e do interlocutor.

Ao entender o conceito de interdiscursividade concorda-se com Bakhtin, (1992, p.319) que diz: “[...] todo discurso dialoga com outro discurso e toda palavra é cercada de outras palavras”. A interdiscursividade é a multiplicidade de vozes dentro do discurso de uma pessoa materializada, ou não, dentro de um texto.

Ao tomar uma posição de leitor este se depara com o texto enquanto existência física, que pode ser apontado e delimitado, tais como: anúncio, receita, propaganda ou uma placa. Entretanto, esses objetos não têm sua total dimensão, pois se destinam ao olhar do seu interlocutor, que a cada leitura cria e recria significações.
lteram.

O conceito de interdiscurso em Bakhtin aparece com o termo dialogismo. Porém, é oportuno afastar leituras distorcidas em relação a esse termo. O dialogismo não equivale ao diálogo no sentido de interação face a face, como também não existe dialogismo entre interlocutores, esse é sempre entre discursos: o do locutor e do interlocutor.

Ao entender o conceito de interdiscursividade concorda-se com Bakhtin, (1992, p.319) que diz: “[...] todo discurso dialoga com outro discurso e toda palavra é cercada de outras palavras”. A interdiscursividade é a multiplicidade de vozes dentro do discurso de uma pessoa materializada, ou não, dentro de um texto.




O ser humano vive se apropriando e refazendo discursos já existentes, criando novos signos a partir de textos conhecidos, retornando para a sociedade textos que, por sua vez, se recombinam com outros em uma cadeia infinita.

O conhecimento existe no diálogo. A troca entre signos e discursos é responsável em larga medida pela criação do conhecimento e pelo acesso da pessoa a outras formas culturais. O dialogo prevê a pluralidade: o dialógico requer o múltiplo. Assim, a noção de ‘intertextualidade’ está igualmente vinculada à possibilidade de existência simultânea de muitas vozes.

A análise de um texto implica conhecer as relações intertextuais dele, isto é, a quais outros textos ele faz referência. Essa referência pode ser mais ou menos explícita, e nem sempre é deixada clara. Graus de intertextualidade variam ao infinito conforme a referência, dentro de um texto, aos outros elementos que estão fora do texto, isto é, em outros textos.





A Paráfrase é um texto que procura tornar mais claro e objetivo aquilo que se disse em outro texto. Portanto, é sempre a reescritura de um texto já existente, uma espécie de ‘tradução’ dentro da própria língua.

O autor da paráfrase deve demonstrar que entendeu claramente a ideia do texto. Além disso, são exigências de uma boa paráfrase:

1.    Utilizar a mesma ordem de idéias que aparece no texto original.
2.    Não omitir nenhuma informação essencial.
3.    Não fazer qualquer comentário acerca do que se diz no texto original.
4.    Utilizar construções que não sejam uma simples repetição daquelas que estão no original        e, sempre que possível, um vocabulário também diferente.




Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
 (Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).

Paródia
Minha terra tem palmares
onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
não cantam como os de lá.
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”).



INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO



A informação é uma comunicação que pode ser ativada a qualquer momento, desde que outra consciência venha resgatar, quer dizer, ler, ouvir, assistir. A informação é um rastro que uma consciência deixa sobre um suporte material de modo que uma outra consciência possa recuperar, simular o estado em que se encontrava a outra consciência.


Para que uma informação seja considerada comunicação é preciso distinguir e observar o valor semântico adquirido. Quando o significado de comunicação passa progressivamente do sentido de ‘compartilhar’ para o sentido de ‘transmitir’ chegamos então ao modelo de comunicação da teoria da informação, ou teoria matemática da informação.






Cada um desses seis fatores determina uma diferente função da linguagem. Embora distingamos seis aspectos básicos da linguagem, dificilmente lograríamos, contudo, encontrar mensagens verbais que preenchessem uma única função. A diversidade reside não no monopólio de alguma dessas diversas funções, mas numa diferente ordem hierárquica de funções. 

A estrutura verbal de uma mensagem depende basicamente da função predominante. Mas conquanto um pendor (Einstellung) para o referente, uma orientação para o CONTEXTO - em suma, a chamada função REFERENCIAL, "denotativa", "cognitiva" - seja a tarefa dominante de numerosas mensagens, a participação adicional de outras funções em tais mensagens deve ser levada em conta pelo linguista atento (Jakobson, 1999, p. 123).


FUNÇÃO EMOTIVA - Através dessa função, o emissor imprime no texto as marcas de sua atitude pessoal: emoções, avaliações, opiniões. O leitor sente no texto a presença do emissor.

 Caçador de Mim

Por tanto amor, por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz, manso ou feroz
Eu, caçador de mim
Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar longe do meu lugar
Eu, caçador de mim Nada a temer
Eu, caçador de mim
Milton Nascimento

Centralizada no emissor, a função emotiva revela sua opinião, sua emoção. Nela prevalece a 1ª pessoa do singular, interjeições e exclamações.


FUNÇÃO REFERENCIAL - transmite uma informação objetiva da realidade com imparcialidade. É utilizada principalmente em textos jornalísticos, científicos, técnicos, didáticos.



FUNÇÃO CONATIVA ou  APELATIVA  busca convencer, influenciar o receptor ou dar ordens. É muito utilizada em textos publicitários (“Não perca essa promoção!”;“Ana, venha aqui agora!”), discursos políticos ou de autoridade.


FUNÇÃO FÁTICA - tem por finalidade estabelecer, prolongar ou interromper uma comunicação. Aparece geralmente nas fórmulas de cumprimento (Como vai, tudo certo?”) ou em expressões que confirmam que alguém está ouvindo ou está sendo ouvido (“sim, claro, sem dúvida”, “entende?”, “não é mesmo?”).



FUNÇÃO POÉTICA – A função poética se manifesta na elaboração da mensagem como um fim em si, não como uma referência ou um modo de persuasão. A função poética da linguagem preocupa-se com a forma da mensagem em suas relações internas.


FUNÇÃO METALINGUÍSTICA - ocorre quando o emissor explica um código usando o próprio código.





    

      CORRENTES TEÓRICAS



           Na teoria política contemporânea é preciso considerar o surgimento da teoria crítica da Escola de Frankfurt, que se preocupou, sobretudo com o contexto social e cultural do surgimento de teorias e valores do mundo da sociedade industrial avançada.


Na Alemanha de 1923, alguns intelectuais, entre os quais o filósofo Max Horkheimer (1895-1973) e Carl Grünberg, fundaram o Instituto de Pesquisa Social ligado à Universidade de Frankfurt. É a primeira instituição alemã de pesquisa de orientação abertamente marxista. Os estudos iniciais têm por objeto a economia capitalista e a história do movimento operário.

Durante os anos 1930, a Escola de Frankfurt desenvolveu pesquisas em diversas áreas, sublinhando a questão da cultura e da vida cotidiana nas relações sociais. Com a tomada de poder por Hitler, em 1933, a situação ficou difícil: os pesquisadores, em sua maioria, marxistas judeus, foram destituídos e o Instituto praticamente desapareceu. Horkheimer e Adorno foram para os Estado Unidos. Walter Benjamin se matou em 1940, na fronteira da França com a Espanha, encurralado pela polícia franquista.



Embora desenvolvido, no final dos anos 1940 pelos principais pensadores da chamada Escola de Frankfurt, Theodor Adorno e Max Horkheimer, o conceito de indústria cultural foi apontado, primeiramente, na Dialética do Esclarecimento – uma das principais obras destes autores, publicada em 1947.

A indústria cultural fixa de maneira exemplar a derrocada da cultura, sua queda na mercadoria. A transformação do ato cultural em valor suprime sua função crítica e nele dissolve os traços de uma experiência autêntica. A produção cultural sela a degradação do papel filosófico-existencial da cultura.

Na Indústria Cultural, o lucro orienta a produção, e o espaço da criação individual é eliminado em virtude da lógica da produção coletiva. Duas ordens de produção – material e simbólica – se sobrepõem, com substanciais perdas para a cultura. O artista criador é substituído pela linha de produção, com uma divisão do trabalho cultural em partes mais e mais compartimentadas.




Níveis de Cultura
Ao longo da história, as artes e a cultura estiveram associadas à expressão autêntica de um estado de espirito ou de um momento, particular e local, ato único e inexplicável da criação artística e intelectual. Até o advento da indústria cultural havia uma clara separação entre as formas de cultura, de um lado a “alta cultura”, representado pelo conhecimento científico, também associado à produção intelectual e artística vinculada a universidades, academias de letras e belas artes. Do outro lado, a cultura popular das festas, lendas e narrativas, mitos e interpretações simbólicas feitas por um povo vinculado a uma sociedade, em sua maioria rural, desprovida de instrução formal, mas nem por isso menos criativa.

Cultura de Massa (Umberto Eco)
Segundo Umberto Eco, apocalípticos (são aqueles que condenam os meios de comunicação de massa).  Integrados (aqueles que os absolvem). Entre os motivos para condenar os mdcm, segundo os "apocalípticos", estariam: a veiculação que eles realizam de uma cultura homogênea (que desconsidera diferenças culturais e padroniza o público); o seu desestímulo à sensibilidade; o estímulo publicitário (criando, junto ao público, novas necessidades de consumo); a sua definição como simples lazer e entretenimento, desestimulando o público a pensar, tornando-o passivo e conformista.

Ao longo do livro, Apocalípticos e Integrados, escrito em 1964, Umberto Eco desenvolve estudos profundos sobre fenômenos da cultura de massa. Em um pretendido meio termo entre apocalípticos e integrados, Eco reconhece a existência da cultura de massa e sua potencialidade, mas entende que isso só poderá se realizar na medida em que o receptor estiver preparado para uma leitura crítica que a análise semiótica permite. Aceitar a cultura de massa não elimina a necessidade da crítica.

Em linhas gerais, as distinções entre as duas atitudes são as seguintes:




Os Estudos Culturais 

Representam uma oposição às concepções dominantes e elitistas de cultura, bem como à rejeição das formas mais ortodoxas do marxismo, ao compreender a sociedade. Esses estudos marcaram um fim do elitismo sobre distinções arbitrárias de cultura, sem fixar as discussões no determinismo econômico marxista. “Na verdade nunca houve um perfeito ajuste entre Estudos Culturais e marxismo, embora este último tenha respaldado muitas reflexões no que diz respeito à necessidade de romper com o elitismo presente nas discussões sobre cultura.”

Não negam a especificidade da problemática cultural, bem como não a consideram de modo isolado e autocentrado. Esses estudos consideram a configuração político-social e ideológica da sociedade, mas não se aprisionam no marxismo ortodoxo, que reduz a questão das diferenças às determinações econômicas das classes sociais.

Nesse referencial teórico, a cultura é um dos principais lugares de estabelecimento e de contestação das divisões (de gerações, de classe, étnicas, de sexo,...), onde se dá a luta pela significação e a resistência à imposição de significados arbitrários.



Semiótica e Comunicação



A semiótica ou ciência dos signos é a área do conhecimento dedicada a estudar os signos de maneira geral. O nome semiótica vem da raiz grega semeion, que quer dizer signo. Semiótica, portanto, é a ciência dos signos, é a ciência de toda e qualquer linguagem.

Portanto, a Semiótica estuda o mundo das representações e da linguagem. Imagine que você vem por uma estrada e bem adiante algo chama sua atenção. Um borrão vermelho que se movimenta. Algo cuja qualidade inicial é ser vermelho e isso é tudo o que você capta dele em um primeiro momento.

Ao se aproximar começa a visualizar que o vermelho se agita como um pano. Essa é a segunda característica que você consegue identificar: a relação do vermelho com um pano em movimento.

Por fim, mais próximo do objeto, você desvenda sua dúvida: alguém agita uma bandeira vermelha na beira da estrada compreendida imediatamente como sendo um aviso de que há perigo mais adiante.

É desse modo que nos situamos no mundo em nossa volta: primeiro os objetos surgem em nossa mente como qualidades potenciais; segundo, procuramos uma relação de identificação e terceiro, nossa mente faz a interpretação do que se trata. Por isso a Semiótica se baseia numa tríade de classificações e inferências, ao demonstrar que existem os objetos no mundo, suas representações em forma de signos e nossa interpretação mental desses objetos. E uma das explicações mais citadas de Charles Peirce é a de que o signo é aquilo que substitui o objeto em nossa mente; são eles que constituem a linguagem, base para os discursos que permeiam o mundo.

É disso que trata a Semiótica de Peirce: o modo como nós, seres humanos reconhecemos e interpretamos o mundo à nossa volta, a partir das inferências em nossa mente. As coisas do mundo, reais ou abstratas, primeiro nos aparecem como qualidade, depois como relação com alguma coisa que já conhecemos e por fim, como interpretação, em que a mente consegue explicar o que captamos, ao que Peirce chamou de Primeiridade, Secundidade e Terceiridade. E todo esse processo é feito pela mente a partir dos signos que compõem o pensamento e que se organizam em linguagens


SEMIOLOGIA DE SAUSSURE


A semiologia é uma ciência que estuda todos os sistemas de signos na vida social. O termo tende a ser usado como sinônimo de semiótica embora os especialistas façam algumas distinções entre ambos.

Para Saussure, a semiologia trata de todos os estudos relacionados com a análise dos signos, quer linguístico (vinculados à semântica e à escrita) quer semiótico (signos humanos e da natureza).



O Suíço Ferdinand de Saussure (1857-1913) foi um dos principais teóricos do signo linguístico, ao defini-lo como a associação mais importante na comunicação humana. Para Saussure, o signo é formado por um significante (uma imagem acústica) e um significado (a ideia principal que temos em mente em ralação a qualquer palavra).Porém, o signo linguístico é arbitrário, é a união de uma forma significante e uma forma significada. Não há relação lógica entre uma determinada palavra e o que ela representa

Além disso, Saussure diz que a língua não é uma simples nomenclatura para cada conjunto de conceitos universais, se fosse assim seria fácil traduzir uma língua para outra. Deveríamos apenas substituir o nome francês por um conceito com o nome inglês. Como ele mesmo exemplifica: o francês “aimer” não se traduz diretamente em inglês; deve-se escolher “to like” (gostar de) e “to love” (amar). Com isso, ele quis dizer que os significados não são conceitos que já existem, mas conceitos que podem mudar de uma língua para outra.

Ressalta-se que as línguas não mudam intencionalmente, são mudanças naturais

Diferencia língua de linguagem;

Língua é um sistema de valores, em que o valor de cada unidade é computado pela diferença que essa unidade apresenta em relação a outras unidades do sistema, e em relação a todo o sistema.

O calculo do valor dos elementos linguísticos deve ser feito levando em consideração dois eixos: das relações paradigmáticas e das sintagmáticas.

Diferença entre língua e a fala, que a manifestação externa desse sistema de valores.

A constituição do signo linguístico como a associação indissolúvel de um significante e de um significado, ambos obtidos, respectivamente, de uma formatação feita em uma massa amorfa fônica/gestual, e em uma massa amorfa do pensamento.

A constituição do signo pode ser motivada, mas é sempre convencional.

A língua pode ser estudada em sua dimensão estática e em sua dimensão evolutiva/histórica.

Muitas das ideias de Saussure foram, depois, de batidas e ampliadas, pois ele não abordou, no Curso de Linguística Geral, todas as partes da Linguística, por isso, muitos de seus discípulos deram continuidade aos estudos linguísticos, sob o enfoque estrutural.



NOVAS TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO



O objetivo das tecnologias é promover cultura, através de Informação, 
comunicação e formação essencial ao 
desenvolvimento da Sociedade.

As transformações que ocorreram no mundo contemporâneo, motivadas pelo incremento, desenvolvimento e aplicação das novas tecnologias, conduziram à passagem da Sociedade Industrial para a Sociedade da Informação. Com efeito, a sociedade em que vivemos é uma sociedade da comunicação generalizada, uma sociedade marcada pelo predomínio dos meios de comunicação. Importa reconhecer, antes de tudo que estamos à beira de novos desafios que implicam respostas eficazes face aos impactos que a Sociedade da Informação irremediavelmente causa.

Com o surgimento de novas tecnologias surgem também novas questões. Como se relacionam as pessoas através delas, como a utiliza para o seu desenvolvimento pessoal e interpessoal, qual o papel das novas tecnologias na transmissão de mensagens, notícias, acontecimentos, como preserva a herança cultural e a identidade e características dos diversos contextos sociais, são questões a ter em conta. Há novas responsabilidades em formar e informar as pessoas para lidarem com as condições criadas pelo impulso tecnológico, pelas suas possibilidades.

               


Meios de Comunicações

A comunicação é uma necessidade e algo que está presente na vida do ser humano desde os tempos mais remotos. Trocar informações, registrar fatos, expressar ideias e emoções são fatores que contribuíram para a evolução das formas de se comunicar. Assim, com o passar do tempo, o homem aperfeiçoou sua capacidade de se relacionar.

Em se tratando de informação e comunicação, as possibilidades tecnológicas surgiram como uma alternativa da era moderna, facilitando a educação através da inclusão digital, com a inserção de computadores nas escolas, facilitando e aperfeiçoando o uso da tecnologia pelos alunos, o acesso a informações e a realização de múltiplas tarefas em todas as dimensões da vida humana, além de capacitar os professores por meio da criação de redes e comunidades virtuais.

As tecnologias hoje, estão presentes nos nossos dia-dia cada vez mais, sendo muito utilizadas, tanto em casa como no local de trabalho, escolas, etc.

Os meios de comunicação são um método importante para a relação multicultural, por exemplo: num telejornal, a informação é transmitida, sendo muito útil e vista por muita gente. Esta informação chega a muitas partes do mundo, graças às redes de computadores e meios de comunicação.


Numa sociedade que cada vez mais explora o sentido de comunicação e revoluciona a forma de comunicar, as tecnologias vieram ajudar a revolucionar todo esse meio.

Conhecidas genericamente como Tecnologias da Informação, e mais usualmente como "Novas Tecnologias da Informação", o seu conceito é recente. São tecnologias eletrônicas para armazenar, processar e comunicar a informação. Podem considerar-se duas categorias de tecnologias: as que são capazes de processar a informação (como os computadores) e as que disseminam a informação, como os sistemas de telecomunicações. Atualmente essas duas categorias fundem-se, tendo como objetivo principal disponibilizar a informação com rapidez, segurança e exatidão.

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) disponíveis na sociedade do conhecimento possibilitam novas formas de ensino e aprendizagem.  


As Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC correspondem a todas as tecnologias que interferem e medeiam os processos informacionais e comunicativos dos seres. Ainda, podem ser entendidas como um conjunto de recursos tecnológicos integrados entre si, que proporcionam, por meio das funções de hardware, software e telecomunicações, a automação e comunicação dos processos de negócios, da pesquisa científica e de ensino e aprendizagem.


São consideradas TICs:

Computadores pessoais; Telefonia móvel; TV por assinatura; Correio eletrônico; Internet; Tecnologias digitais de captação e tratamento de imagens e sons; Tecnologias de acesso remoto.

Atualmente, os sistemas de informação e as redes de computadores têm desempenhado um papel importante na comunicação corporativa, pois é através dessas ferramentas que a comunicação flui sem barreira. Segundo Lévy (1999), novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo elaboradas no mundo das telecomunicações e da informática. As relações entre os homens, o trabalho, a própria inteligência dependem, na verdade, da metamorfose incessante de dispositivos informacionais de todos os tipos. Escrita, leitura, visão, audição, criação e aprendizagem são capturadas por uma informática cada vez mais avançada. 

A tecnologia da informação teve uma gigantesca evolução e, com a tendência do mundo moderno, inovações e facilidades ainda hão de surgir. A internet e, em consequência, o e-mail e a agenda de grupo online, são componentes de um grande marco e um dos avanços mais significativos, pois através deles vários outros sistemas de comunicação foram criados.


As novas tecnologias de comunicação trouxeram enormes vantagens aos mais diversos setores da sociedade. Podemos verificar o quanto ajudou no processo de recuperação da informação através das bases bibliográficas em CD-ROM e on-line, como também na obtenção do próprio conteúdo desejado. Os periódicos eletrônicos retratam uma parcela desse avanço tecnológico, apresentando benefícios sua forma “física” como nas bases que os disponibilizam.

Nos dias atuais, encontramos várias tecnologias que viabilizam a comunicação, porém o que vai agregar maior peso a essas tecnologias é a interação e a colaboração de cada uma delas. Dentro desse cenário, é importante frisar uma interessante observação feita por Lévy (1999):

“A maior parte dos programas computacionais desempenham um papel de tecnologia intelectual, ou seja, eles reorganizam, de uma forma ou de outra, a visão de mundo de seus usuários e modificam seus reflexos mentais. As redes informáticas modificam circuitos de comunicação e de decisão nas organizações. Na medida em que a informatização avança, certas funções são eliminadas, novas habilidades aparecem, a ecologia cognitiva se transforma. O que equivale a dizer que engenheiros do conhecimento e promotores da evolução sociotécnica das organizações serão tão necessários quanto especialistas em máquinas”.


Novas mídias na construção do conhecimento



As tecnologias ampliam as possibilidades de o professor ensinar e do aluno aprender. Verifica-se que quando utilizadas adequadamente, auxiliam no processo educacional. LIBÂNEO (2007, p.309) afirma que: “o grande objetivo das escolas é a aprendizagem dos alunos, e a organização escolar necessária é a que leva a melhorar a qualidade dessa aprendizagem”. Para as escolas e educadores, a necessidade criada pelo uso da TIC, é saber como aplicar todo o potencial existente no sistema educacional, especialmente nos seus componentes pedagógicos e processos de ensino e de aprendizagem. Moran discute que, “ensinar com as novas mídias será uma revolução se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos. Caso contrário, conseguiremos dar um verniz de modernidade, sem mexer no essencial”. (MORAN, 2000, p. 63)

A utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação no processo de ensino e aprendizagem levantou uma série de interrogações, quer acerca do papel das mesmas no contexto educativo, quer acerca das competências e atitude a serem desenvolvidas por alunos e professores quer, ainda, acerca da avaliação do caráter pedagógico dos programas educativos. Num primeiro momento, as novas tecnologias foram encaradas com desconfiança e como uma ameaça para os professores, nomeadamente uma ameaça à sua autoridade, à sua segurança e à sua profissão. Com efeito, impõe-se, neste âmbito, uma distinção essencial.

O desenvolvimento das multimídias e das telecomunicações, a sua banalização e integração, a curto ou médio prazo, em diversos setores do cotidiano, implicou uma nova abordagem do processo de ensino e aprendizagem e da educação em geral. Os ambientes de aprendizagem criados pelas tecnologias de informação permitiram que os alunos aprendessem por si, reforçando a sua autonomia de acordo com diferentes estilos de aprendizagem, refinassem o espírito crítico e aumentassem a autoconfiança e a autoestima. Além disso, as novas tecnologias de comunicação e informação facilitaram a comunicação, o acesso à informação e diversificaram as fontes da informação.

A evolução das tecnologias de informação e da comunicação impõe uma redefinição do espaço de trabalho. Hoje é mais rápido enviar um e-mail do que uma carta por correio. Cada vez menos o trabalhador se deslocará ao trabalho, e cada vez mais será o trabalho que virá até o trabalhador. Trabalhar a partir de casa parece ser cada vez mais a hipótese acertada numa altura em que a flexibilidade se tornou um dos assuntos na ordem do dia. O mundo assiste hoje à integração e à implementação de novos meios que permitem uma maior rapidez e eficácia na troca de informação.


Aprendizagem Móvel aliada  à Educação 


Neste início de século XXI, o que era sólido vem tomando outras formas e não deve demorar muito para a ideia que temos de sala de aula passar por mudanças radicais e a própria aprendizagem se tornar uma imensa via de mão dupla. 

Curiosamente, os dispositivos móveis ( ablets, laptops, iPads, smartfhones e celulares ), grandes inimigos dos professores – por seu poder dispersivo -, estão entre as ferramentas que terão papel fundamental nesse novo estado de coisas.


Atualmente, um volume crescente de evidências sugere que os aparelhos móveis são utilizados por alunos e educadores em todo o mundo para acessar informações, racionalizar e simplificar a administração, além de facilitar a aprendizagem de maneiras novas e inovadoras.


A UNESCO acredita que as tecnologias móveis podem ampliar e enriquecer oportunidades educacionais para estudantes em diversos ambientes.

Para o doutor em Educação Miguel Arroyo, “não basta apenas conhecer as trajetórias escolares, mas, sobretudo, as trajetórias humanas”. Segundo ele, o aluno deve ser educado para a vida, estimulando o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades, e valores, que auxiliem a viver numa sociedade democrática.


Nobert Pachler, coordenador do London Mobile, na Inglaterra, destacou que o uso dessas ferramentas no cotidiano da sala de aula não vai resolver os problemas, mas que certamente vai ajudar no processo de ensino. “É preciso construir uma ponte resistente entre o mundo que se vive e a sala de aula, estando atento ao cenário cultural deste grupo de alunos. Há muitas outras coisas além de ligações que um celular pode fazer”, alertou.


A aprendizagem móvel envolve:

• o uso de tecnologias móveis, isoladamente ou em combinação  com outras tecnologias de informação e comunicação (TICs);
• a aprendizagem a qualquer hora e em qualquer lugar;
• a  utilização  de  aparelhos  móveis  para  acessar  recursos  educacionais, conectar-se a outras pessoas ou criar conteúdos,  dentro ou fora da sala de aula.

Estamos na presença de novos ambientes, ferramentas e recursos, de situações diferentes a cada dia, novos desafios. Entre eles, um dos que tem ganhado maior relevância nos dias que correm: a incorporação dos celulares na sala de aula.






O Hipertexto é um texto suporte que se agrega outros textos em sua superfície, cujo acesso se dá através dos links que têm a função de estabelecer a construção de sentido, estendendo ou complementando o texto principal. Um conceito de Hipertexto precisa envolver o campo linguístico, já que se trata de textos.

O hipertexto é o que podemos chamar de um meio de maximização de informações construída através da interação de várias fontes que se integram fim de construir o conhecimento através de vários links, é o que podemos chamar de uma verdadeira teia compartilhadora de saber (es). todavia apesar de ser muito vinculado aos meios informativos o hipertexto na verdade não é uma ideia tão recente quando a informatização do conhecimento através da internet, ele é um tipo de intertextualidade, ou seja, uma prática intertextual, uma interação entre textos.

Embora haja quem identifique o hipertexto exclusivamente com os textos eletrônicos, produzidos em determinado tipo de meio ou de tecnologia, ele não deve ser limitado a isso, já que consiste numa forma organizacional que tanto pode ser concebida para o papel como para os ambientes digitais. É claro que o texto virtual permite concretizar certos aspectos que, no papel, são praticamente inviáveis: a conexão imediata, a comparação de trechos de textos na mesma tela, o “mergulho” nos diversos aprofundamentos de um tema, como se o texto tivesse camadas, dimensões ou planos.



Para melhor definir de que se compõe este texto eletrônico, encontramos em Lévy (1995) algumas características básicas ou "princípios abstratos", que são:

"Princípio de metamorfose: a rede hipertextual encontra-se em constante construção e renegociação. Sua extensão, composição e desenho estão sempre em mutação, conforme o trabalho dos atores envolvidos, sejam eles humanos, palavras, sons, imagens, etc.

Princípio de heterogeneidade: os nós de uma rede hipertextual são heterogêneos; podem ser compostos de imagens, sons, palavras, , etc. E o processo sociotécnico colocará em jogo pessoas, grupos, artefatos, com todos os tipos de associações que pudermos imaginar entre eles.

Princípio de multiplicidade e de encaixe das escalas: o hipertexto é fractal, ou seja, qualquer nó ou conexão, quando acessado, pode revelar-se como sendo composto por toda uma rede de nós e conexões, e assim, indefinidamente.

Princípio de exterioridade: a rede não possui unidade orgânica, nem motor interno. Seu crescimento e diminuição, composição e recomposição dependem de um exterior indeterminado, como adição de novos elementos, conexões com outras redes, etc.

Princípio de topologia: no hipertexto, tudo funciona por proximidade e vizinhança. O curso dos acontecimentos é uma questão de topologia, de caminhos. A rede não está no espaço, ela é o espaço.

Princípio de mobilidade dos centros: a rede possui não um, mas diversos centros, que são perpetuamente móveis, saltando de um nó a outro, trazendo ao redor de si uma ramificação infinita de pequenas raízes, rizomas, perfazendo mapas e desenhando adiante outras paisagens" (Lévy, 1995 ).

Para os professores, hipertextos se constituem como recursos importantes para organizar material de diferentes disciplinas ministradas simultaneamente ou em ocasião anterior e mesmo para recompor colaborações preciosas entre diferentes turmas de alunos.

O grande desafio, no entanto, não diz respeito apenas à tecnologia em si, mas, sim, à aceitação e ao envolvimento das instituições de ensino. A ideia não é substituir os livros e o ensino tradicional por uma infinidade labiríntica de aplicativos, mas utilizar a tecnologia como material complementar, um reforço necessário para um mundo novo de múltiplas possibilidades. 


Att,
Maria Rosa


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