sexta-feira, 31 de março de 2017

TÓPICOS ESPECIAIS EM LINGUAGEM

LITERATURA



Cultura é o que o homem produz, o seu modo de agir e de pensar, porém a cultura se desdobra em duplo sentido. Sendo que na origem cultura tem derivação no cultivo, relativo à plantação, seu significado expande tanto do plantio à colheita quanto do saber e do conhecer, mas em ambos os casos está associada aos sistemas de reprodução e disseminação. 

Significa todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade da qual é membro. 

A palavra cultura vem do inglês coulter que significa “relhar dede arado”, sendo que no início denotava um processo completamente material.




Cultura abrange todas as realizações materiais e os aspectos espirituais de um povo. Ou seja, em outras palavras, cultura é tudo aquilo produzido pela humanidade, seja no plano concreto ou no plano imaterial, desde artefatos e objetos até ideais e crenças.

Cultura é todo complexo de conhecimentos e toda habilidade humana empregada socialmente. Além disso, é também todo comportamento aprendido, de modo independente da questão biológica.


Devido a grande diversidade cultural do Brasil é necessário o reconhecimento de que cada povo possui sua própria maneira de viver, ou seja, cada um possui os seus hábitos e costumes, sendo necessário respeitar as diferenças e as individualidades que caracterizam cada nação.



A respeito da origem da palavra e como consequência também da utilização que se lhe dará ao termo, mais ou menos, se remonta à Idade Média, quando a usavam para se referir ao cultivo da terra e o gado, já que provém do latim cultus que significa cuidado do campo e do gado, entretanto, quando se estava no século XVIII ou Século das Luzes como também a conhecem , na qual nasceu em muitos uma profunda vocação pelo cultivo do pensamento, imediatamente o termo mudou para o sentido figurado de cultivar o espírito.

Em uma concepção tradicional, cultura é a reunião de conhecimentos e saberes acumulados pela humanidade no decorrer de seus milênios de anos de história. Encontra-se em todas as sociedades sem distinção de raças, lugares ou períodos. A cultura está composta por vários sistemas estruturados de comportamentos.

Os antropólogos, que sempre trataram das questões culturais, optaram por passar de um conceito de cultura como uma reunião de características quase casuais a um conceito que ressalta mais as relações e as disposições sistemáticas e estruturais. Segundo alguns deles, cultura seria um conjunto complexo de conhecimentos, crenças, e costumes incluindo toda expressão artística, além de todos os hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade.

Pode-se resumir modernamente cultura como o conhecimento que uma pessoa adquire e aprende por sua condição de membro de um determinado grupo em um processo de socialização.


       CULTURA POPULAR


Caracteriza-se como elementos culturais pertencentes a uma sociedade ou região, na qual a população pratica constantemente e de forma ativa, através de diferentes manifestações como dança teatro, arte, literatura, folclore, gastronomia, música, etc.

A cultura popular compreende o artesanato, as indústrias caseiras e tudo aquilo que acompanhar a tradição manufatureira. Refere-se à interação entre pessoas de uma mesma sociedade, essa varia de acordo com as transformações ocorridas no meio social.


Pode ter várias origens, já que uma comunidade pode ser composta por pessoas de vários territórios que compartilham a cultura de sua nação formando uma nova, e também abrange todas as classes sociais.

A cultura popular compreende o artesanato, as indústrias caseiras e tudo aquilo que acompanhar a tradição manufatureira. Apesar de considerarem o folclore popular, é preciso que o motivo, fato ação seja antigo na memória do povo, anônimo na sua autoria, divulgado em seu conhecimento e persistente nos repertórios orais ou hábito normal.  






A cultura popular também pode ser chamada de cultura de massas ou cultura tradicional, e geralmente é passada de geração em geração, a qual é facilmente aderida e pode ser constituída sob vários aspectos, inclusive em relação aos problemas sociais.

A cultura popular é o oposto da cultura de elite, pois representa os costumes e as tradições de um povo; é transmitida na maioria das vezes através da linguagem oral dos mais velhos para os mais novos, e seu principal protagonista é o artista, a população, a periferia, ou seja, quem produz as manifestações, não o resultado delas.

A depender da região ou país, a cultura popular pode ser secular ou até milenar, mas isso não quer dizer que novos e diferentes elementos deixam de ser acrescentados constantemente, pelo contrário, à medida que ocorre a miscigenação da sociedade, novas formas de manifestações tendem a ser acrescentadas.


A cultura de massas brasileira é uma das mais ricas do mundo; diversificada em todos os sentidos, pois possui diferentes elementos em cada uma das regiões. Essas variações são mais fortes na gastronomia, música, dança e na linguagem oral. Na música, ritmos como o samba, o axé, o sertanejo e a bossa nova são os mais conhecidos internacionalmente como próprios da cultura brasileira; já os elementos como a capoeira e a literatura de cordel, são mais praticados regionalmente.

A cultura popular é derivada de várias origens, porém é muito impulsionada pelas empresas que tem nela seu principal negócio, como por exemplo, as indústrias fonográficas que promovem a música popular, o rádio, a televisão e o cinema.



Peter Burke (1978) diz que se todas as pessoas de determinada sociedade partilhassem da mesma cultura não teria a necessidade de usar a expressão “cultura popular”.
A cultura popular identifica a cultura vivenciada por um determinado povo, assim como é o cultivo dos elementos, significados e valores comuns ao povo.

Para muitos estudiosos, a cultura popular brasileira se encontra
 fragmentada e dividida em dois níveis:



Cultura Erudita
São as obras-primas que revolucionam os diversos campos do saber e da ação, como as descobertas científicas, os novos modos de pensar, as técnicas revolucionárias, as grandes obras literárias ou artísticas.


Apreciada por um público com maior acúmulo de capital e seu acesso é restrito a quem possui o necessário para usufruir dela. A cultura erudita está muitas vezes ligada a museus e obras de arte, óperas e espetáculos de teatro com preços elevados. Existem projetos que levam esse tipo de cultura até as massas, colocando a preços baixos, ou de forma gratuita, concertos de música clássica e projetos culturais.

Como o acesso a esse tipo de cultura fica restrito a um grupo pequeno, ela fica ligada ao poder econômico e é considerada superior. Essa consideração pode acabar tornando-se preconceituosa e desmerecendo as outras formas de cultura. O erudito é tudo aquilo que demanda estudo muito estudo, mas não se deve pensar que uma expressão cultural popular como o hip-hop, por exemplo, é pior que uma música clássica.




Cultura das classes mais pobres
É aquela que possui menor relevância no meio acadêmico. Sendo em alguns casos uma cultura anônima por não carregar a sua autoria.

Rosa Vermelha desapareceu
Para onde ela foi, é um mistério.
Porque ao lado dos pobres combateu
Os ricos a expulsaram de seu império
                (Paulo César de Souza)





Cultura do Piaui


 história e a cultura do povo piauiense devem muito à figura do vaqueiro, símbolo do Piauí, esse personagem contribuiu sensivelmente para a formação do caráter desse povo. Misto de rebeldia e subserviência aos donos de gado, terra e gente, o vaqueiro ora dizia: 'ôxente, nem morto!', ora, simplesmente: ‘sim senhor, coronel!


                    



O Piauí tem uma cultura riquíssima, e toda ela está permeada pelas histórias da formação sócio econômica do estado. As primeiras fazendas, o gado, o vaqueiro, o coronel, a terra, os rios Piauí, Parnaíba... E o 'índio'? (Esses povos foram dizimados fisicamente pelos colonizadores e, posteriormente, excluídos da história do estado do Piauí pelos filhos dos colonizadores, que continuam 'a fazer' a história oficial do Piauí).




Tudo isso aparece em nosso folclore, em nossos folguedos com grande força! O Bumba Meu Boi, o Reisado, a história de 'Catirina', a mulher do vaqueiro que desejou comer a língua do mais formoso boi da fazenda, são algumas dessas histórias lendas do Piauí.



A festa do vaqueiro, que acontece em quase todo o estado, é hoje uma das mais importantes comemorações da cidade de São João do Piauí. Coincidentemente, ocorre às vésperas do dia de São João, em nosso caso, São João Batista, no mesmo dia em que se realizam as festas do 'Boi' (Bumba Meu Boi, Boi de São João, ou simplesmente Boi do Piauí). Por essa coincidência, poderiam os organizadores da festa do vaqueiro de São João do Piauí, incluírem na programação uma apresentação do 'Boi de Reis', já que não temos o 'Bumba Meu Boi', afinal, um e outro folguedo fazem parte da tradição do nosso estado, mesmo que tenham conteúdos e formas diversas e sejam comemorados em datas distintas.


O Piauí é um Estado rico em cultura popular. Um dos pontos mais fortes são as lendas. A imaginação do povo faz perpetuar histórias cheias de personagens interessantes. O Cabeça de Cuia é a mais famosa delas. Conta a história de um pescador chamado Crispim, que depois de um dia inteiro sem ter conseguido pescar um único peixe, morto de fome, ao chegar em casa a única refeição que lá encontrara foi uma espécie de caldo feito com o osso “corredor do boi”, mas que não tinha carne e só o caldo do osso. Revoltado pela situação, Crispim pegou o osso e começou a espancar a sua própria mãe! Bateu tanto que sua mãe veio a falecer. Mas antes do suspiro final, ela olhando pra Crispim lhe jogou uma maldição, na qual ele se transformaria em um monstro e viveria nas profundezas do rio Poti. Conta a lenda que o Cabeça de Cuia costuma aparecer aos pescadores, lavadeiras e banhistas em noites de lua cheia. Sua enorme cabeça surge e desaparece na superfície das águas. O encanto só terá fim quando ele conseguir devorar sete Marias virgens!




Conjunto de tradições e manifestações populares constituído por lendas, mitos, provérbios, danças e costumes que são passados de geração em geração. A palavra tem origem no inglês, em que "folklore" significa sabedoria popular.

Rico e variado, pois sofreu influências de diversas culturas em seu processo de formação: europeia (portugueses, holandeses, franceses, etc.), africana, indígena, entre outros povos. Toda essa mistura deu origem a provérbios e lendas bastante peculiares, com uma força e imaginário próprios. 

Conjunto de práticas, histórias, tradições e formas de pensar que pertence a um determinado povo, foi disseminado oralmente e resistiu ao tempo.




Para que algo seja considerado folclórico ̶ seja um hábito, seja uma brincadeira, seja uma música, seja uma história etc. - ele precisa fazer sentido para um grupo, em um determinado contexto, e resistir ao tempo. A transmissão do saber acontece no convívio social, seja em casa ou na sociedade. "Muitas vezes, quando vai se conceituar o que é folclore, há uma tendência a valorizar o fenômeno em si e o conhecimento é apartado do praticante. Não dá para separar o grupo humano de seu saber. É preciso valorizar as pessoas que são responsáveis pela divulgação dessas informações", alerta o professor Alberto Ikeda, da Unesp.

Outro aspecto que deve ser ressaltado é que o folclore se atualiza. Um trabalho de renda feito artesanalmente por uma comunidade local, cuja técnica foi transmitida por várias gerações, pode ganhar temáticas contemporâneas e também utilizar novos materiais, mas a essência permanece. O mesmo acontece quando surgem variantes de uma cantiga ou brincadeira.

O folclore também pode ganhar novas manifestações. Um exemplo são as frases dos para-choques de caminhão. Esse tipo de comunicação mostra a personalidade, reforça a identidade e os valores de um grupo específico.

Carlos Rodrigues Brandão, em seu livro "O que é Folclore", explica quer o termo foi cunhado em 22 de agosto de 1846, quando o escritor britânico William John Thoms o utilizou pela primeira vez em uma carta enviada à revista londrina The Atheneum. No texto, ele usou "folk (povo)-lore (saber)" para designar o saber tradicional do povo, em vez do termo, então corrente, tradições popular.



Cascudo (1954) diz que para ser folclore é necessário que o motivo e o fato ação sejam antigos na memória do povo, anônimo em sua autoria, divulgado em seu conhecimento, bem como persistente nos repertórios orais ou no hábito normal.

O folclore é que pesquisa os elementos que nos separam de outras nações, o que é característico do nosso povo”, explica a professora de Antropologia da UFMG Ana Lúcia Modesto. Para ela, mesmo que festas e costumes nos tenham sido trazidos de outros países, receberam certos traços aqui que os modificaram e os incorporaram à nossa cultura. As festas juninas e as procissões são exemplo disso.

O folclore é popular, mas nem tudo que é popular é folclore



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