CRÍTICA LITERÁRIA
Atividade que tem como
objetivo tornar mais inteligível o texto da obra literária através de uma
reflexão crítica que varia segundo as orientações culturais da época em que
essa mesma atividade se desenvolve.
Na Literatura, a crítica
literária é uma disciplina que analisa e valoriza seja positivamente ou negativamente
uma obra literária.
Consequentemente, um crítico
literário se expressa através de um meio de comunicação escrito ou oral,
avaliando e opinando sobre as características de uma determinada produção
literária também chamada de crítica literária.
Portanto, a crítica é uma
forma de expressar a opinião e o julgamento de uma pessoa sobre alguma
situação, personagem, obra artística, entre outras.
Teoria da Literatura é a
ciência à qual cabe estudaras manifestações literárias. Por ser uma ciência,
requer técnicas competentes para atuar nessa área do conhecimento.
Teoria da Literatura é
um ramo do conhecimento que pensa sobre o fazer literário. Ideias, hipóteses,
concepções sobre os diversos fatores que envolvem a obra literária são questionados,
formulados, refutados e confirmados através de reflexões sistemáticas sobre determinados
temas.
Há diversos conceitos de literatura, que variam de acordo com as épocas
ou com os interesses de quem os formula.
A teoria da literatura objetiva-se a estudar a obra, o autor, o leitor e todo o processo que envolve as obras literárias. É com base na teoria da literatura que se fazem as resenhas, as análises, as críticas literárias.
É uma base de dados, que permite construir-se um método de
reflexão e análise dos textos literários. No cruzamento dos dados da
história literária, pode-se estabelecer as mudanças ocorridas no processo
histórico com relação ao homem e tudo que
o envolve.
ANTÔNIO CÂNDIDO
Professor, crítico literário e ensaísta brasileiro. Ocupou a cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 17 de abril de 1962.
Seu estudo refere-se à interpretação de autores e obras, privilegiando um periodicidade de estilos.
É o resultado da junção
da disciplina História com o conceito de Literatura. Daí nos fazendo entender
que História da Literatura é um subproduto da história. MOREIRA (2002)
É
uma criação que data do século XIX,aproximadamente por volta de 1784 e
1791,resultado da junção da disciplina História com o conceito de literatura.
A
História da Literatura estuda a evolução da literatura, seja em prosa ou
poesia, por meio dos movimentos literários e das relações entre a História e a
literatura.
A
análise e compreensão dos textos literários são muito importantes, pois nos
ajudam a entender melhor o contexto histórico em que o texto foi escrito.
A
história da literatura procura entender todas as modificações que a produção
literária passou ao longo da evolução da sociedade.
O
século XIX, aproximadamente por volta de 1784 e 1791, resultado da junção da
disciplina História com o conceito de literatura.
A
história da literatura brasileira vem sendo construída a partir do Romantismo.
Os historiadores brasileiros entendem que nesse período tem-se obras que
justificam a existência de uma literatura denominada de brasileira.
A
primeira história da literatura brasileira foi escrita por Sílvio Romero,
datada de 1888. De caráter quantitativo, traz um conceito de literatura que
aborda as manifestações culturais de um povo e da ciência, valorizando aspectos
políticos e econômico de literatura.
“As histórias da literatura procuram
acomodar as produções literárias, estabelecendo um lugar de destaque ao autor,
ao leitor, a obra e a crítica. Isto se dá por meio da evolução da forma e
conteúdo artísticos, acompanhado da localização histórico-cultural em que a
obra está inserida, além do movimento artístico ao qual a obra pertence.”(LIMA;FERNANDES,2012).
.
Dentre os vários historiadores nacionais, destaca-se:
Sílvio Romero, José Veríssimo, Ronald de Carvalho, Afrânio Coutinho,
Antônio Cândido, Otto Maria
Carpeaux e Alfredo Bosi.
Escritor,
crítico, poeta, ensaísta e professor universitário (24/7/1918)
Estudioso da literatura brasileira e
estrangeira, possui uma obra crítica extensa, respeitada nas principais
universidades do Brasil.
Maior
crítico brasileiro da atualidade e defensor da “visão de que literatura não é
apenas um conjunto de obras”.
O
traço característico de seu pensamento é abordar o valor do texto, do autor e
do leitor, aliados a uma linguagem.
Professor, crítico literário e ensaísta brasileiro. Ocupou a cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 17 de abril de 1962.
Considerado uma das maiores expressões
dos estudos literários no Brasil, no século XX.
Seu estudo refere-se à interpretação de autores e obras, privilegiando um periodicidade de estilos.
Crítico,
ensaísta, folclorista, polemista, professor e historiador da literatura brasileira,
nasceu em Lagarto, SE, em 21 de abril de 1851, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ,
em 18 de julho de 1914.
Escreveu
a primeira história da literatura brasileira, com caráter quantitativo,
trazendo um conceito de literatura que aborda as manifestações culturais de um povo
e da ciência, valorizando aspectos políticos e econômicos.
HISTÓRIA LITERÁRIA SÉCULO XIX
Segundo Van Tieghem, na
perspectiva do método histórico:
1. Literatura
Comparada estuda as relações entre as produções de diversas literaturas
modernas, procura explicar a obra literária pelas fontes, imitações,influências.
2.
Literatura Geral estuda-a nas suas relações com as obras análogas, na forma ou
no espírito, produzidas na mesma época ou em épocas paralelas em vários países.
3. História
literária e sociológica estuda o público a que se dirigem as obras, os elementos
diversos, os caracteres, as reações, as variações sucessivas ouparalelas do
gosto, a influência nos escritores (Hennequin, Lacombe Lanson,Mornet,
Schücking, etc.);
4. História
literária e geográfica agrupa os escritores e as obras por províncias ou
regiões (Pierce, Nadler, Dupouy);
5.
História literária geracional e periódica divide a evolução da literatura em
periódicos (Periodisierung), ou mais especificamente, em “gerações”, com o
intuito de melhor explicar as sucessões e alternâncias de que é feita a
história literária (Georges Renard, Cysarz, Petersen, Thibaudet, Peyre, Pinder,
Marias, Carilla, Portuondo, etc.)
CRÍTICA DA LITERATURA
Criticar é julgar o valor de uma obra literária através de
critérios identificáveis.
Criticar é examinar os elementos formais de
uma obra de arte em particular.
É através das críticas que melhor se pode
avaliar o conteúdo estético numa determinada situação da história literária.
Este aspecto histórico da crítica faz com que se torne um dos instrumentos mais
presentes de que se utiliza uma sociedade para entender as questões
sociais e políticas, num contexto social
e numa tradição cultural.
Os críticos anteriores ao século
XIX apresentavam uma característica em comum com a crítica posterior: falar de
livros. Fora isso, a proposta era bem diferente e também recebeu um nome:
poética. Por poética, entendesse um conjunto de regras para a elaboração de obras que atendessem a um certo padrão de
beleza, chamado de ideal clássico, e
que correspondia ao gosto da
aristocracia
Assim,
as poéticas eram uma espécie de manual para os escritores do futuro,
descrevendo um padrão a partir do uso de regras
de composição
O
termo formalismo descreve uma ênfase da forma sobre o conteúdo ou significado
nas
artes, literatura, religião,
direito, filosofia, matemática entre outras áreas. Um praticante do
formalismo
é denominado formalista.
O Formalismo Russo, que também é
conhecido como “Crítica Formalista”, foi uma
escola
de crítica literária que se desenvolveu na Rússia a partir de
1910 sendo
interrompida em 1930 por
decisão política.
Essa escola tinha como objetivo o estudo
da linguagem poética.
destaque para elementos exteriores,
como por exemplo, a biografia do autor,
a filosofia entre outros.
Para
os teóricos formalistas, o conteúdo de uma obra era visto apenas como a
matéria
que possibilita
formas diferentes de
composição. Ao analisarem um romance, por
exemplo, eles não perguntavam sobre
o que era a obra, mas buscavam investigar de que
maneira o escritor
utiliza o tema para explorar novas formas..
Nesse sentido,
sua atenção era direcionada para a estruturação
da
obra, para as estratégias
empregadas pelos
autores para compô-la.
Principio
do estudo literário formalista:
► A
definição de literatura se apresenta de maneira muito ampla no universo do mundo literário. Para os formalistas russos,
existe uma distinção significativa que caracteriza o texto literário: a linguagem poética e a
linguagem prosaica.
►
Linguagem prosaica: é a ferramenta de comunicação cotidiana, com função
referencial eutilitária
►
Linguagem poética: tem ênfase na desautomatização da percepção do receptor, obrigando
o leitor a uma leitura mais atenta e um maior comprometimento com o texto artístico.
Os
Formalistas consideravam que a obra literária não era um mero veículo de ideias
Nem uma reflexão sobre a realidade social, era um fato, um material plausível
de análise, formada por palavras e não
por objetos e sentimentos, e seria um erro considerá-lo como a expressão do
pensamento de um autor. “Os modelos teóricos- literários que o formalismo russo criou, estão ainda conosco, permanece
não como alguma curiosidade histórica,
mas omo uma presença vital no discurso teórico de nossos dias.” (Steiner
Principais integrantes:
Boris
Eikhenbaum, Viktor Chklovski,Iuri Tynianov,Roman Jakobson,
Ossip Brik, Boris Tomachevski Vladimir Propp
O formalismo é o
conceito de que tudo que é necessário numa obra de arte está contida nela. O
contexto da obra, inclusive o motivo de sua criação, o pano de fundo histórico
e a vida do artista, não é considerado significativo
O
estruturalismo é uma corrente de pensamento nas ciência Humanas que se inspirou no modelo da
linguística e que depreende a realidade
social a partir de um conjunto
considerado elementar (ou formal) de relações.
Não oferece uma análise padrão, nem pontos de vista teóricos semelhantes,
nem um método canônico que faça surgir
a estrutura de um texto, apenas tentam mostrar como se produz a significância, ou como o texto se abre para
um plural de interpretações possíveis.
“Chama
a atenção para a importância do leitor, sujeito que é responsável pela
permanente atualização das obras literárias.”
De
acordo com estudiosos e críticos literários, o termo estruturalismo não seria
uma escola
ou um movimento literário pelo fato de seus autores não estarem
presos a nenhuma doutrina
específica.
Estruturalismo
seria um léxico ao qual as ciências sociais recorrem com frequência. Nessa
complicada
tentativa de definir e entender o que o termo em questão representa e
significa,
seria prudente começar pela definição dada ao mesmo pelo dicionário
da língua portuguesa.
Sincronia e Diacronia
A análise
sincrônica de um dado é estática e descritiva; ou seja, estuda o funcionamento da
língua e sua constituição como fonemas, gramática e palavras. É o estudo do
objeto em si, imóvel no tempo, e das
relações existentes no sistema da língua no presente ou no passado. O estudo diacrônico é evolutivo e
histórico, se concentra nas mudanças da língua através do tempo. É o estudo da linguística histórica analisando a relação de um fato com seus anteriores e
posteriores. A diacronia pode ser dividida em duas vertentes: história externa
e interna.
A
primeira está ligada ao estudo das relações existentes entre fatores
sócio-culturais e
Evolução linguística.
A segunda se concentra na evolução estrutural, fonológica e
morfossintática.
A Estética da
Recepção surge em meados do Século XX, com um grupo de teóricos na Alemanha,
com o desejo de conceder ao leitor sua real importância. Ela se diferencia da teoria
da estética tradicional, pois entende a Literatura como processo de produção, recepção
e comunicação, ou seja, uma relação dinâmica entre autor, obra, leitor e o
sentido daí resultante.
É a teoria da literatura formulada por Hans Robert
Jauss e seus colegas da Escola de Constança,
no final da década de 60,que retoma a problemática da história da
literatura. Jauss valoriza,
acima de
tudo, o Leitor.
“Movimento que desencadeou uma abordagem linguística da literatura. Jakobson e Chklovski entre seus representantes, procurou mostrar como o texto poético instaura a consciência formal do discurso literário em seus
níveis semântico, sintático e fonológico.”
Para a estética da
recepção, todo texto é uma obra em potencial, que se realiza através da ação do
leitor e dos efeitos que nele provoca. [...] O autor, ao invés de impor uma
ótica única ao leitor, deve despertar diferentes pontos de vista e deixar perspectivas
em aberto. A tarefa do autor é despertar no leitor o desejo de ler. Já a tarefa
do leitor é a de formar a partir do texto uma interpretação original que não é
necessariamente aquela formulada pelo autor da obra. (VENTURELLA, 2012).
A interação entre texto e
leitor
Como leitores, estamos
constantemente fazendo interpretações instáveis, que são confirmadas ou não por
outros vazios, que por sua vez criam outras interpretações. (Um romance não
será lido até o final se descobrirmos no início o que acontecerá no final)
O lugar do leitor no texto
O lugar do leitor é
essencialmente feito de vazios, de pontos de indeterminação no texto, onde o leitor deve se colocar e interpretar.
Há dois
tipos de vazios
CHOQUE DE
PERSPECTIVAS
Pode-se
dizer que são produzidos vazios no choque de perspectivas de um determinado
texto. Por exemplo, o choque entre a perspectiva de uma personagem X, que
acredita que a personagem Y é um assassino e a perspectiva da personagem Y, que
pensa que X é o assassino. No choque entre as duas perspectiva é criado um
ponto de indeterminação, que pode ser chamado de vazio do texto. Não sabemos o
que realmente aconteceu e devemos preencher esse vazio e criar uma outra
perspectiva, a perspectiva do leitor. É por isso que Iser afirma que a
coerência do texto nunca depende dele mesmo, mas do leitor.
INTERRUPÇÃO DA CONTINUIDADE
Esse é um tipo de vazio
com o qual convivemos frequentemente na nossa vida quotidiana (Novela
) texto, onde o leitor deve
se colocar e interpretar
Entre a obra e
o leitor, estabelece-se
uma relação dialógica. Essa relação, por sua vez, não é fixa, já que, de um
lado, as leituras diferem a cada época, de outro, o leitor interage com a obra
a partir de suas experiências anteriores, isto é, ele carrega consigo uma
bagagem cultural de que não pode abrir mão e que interfere na recepção de uma
criação literária particular.” (ZILBERMAN, 2008).
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