sábado, 30 de abril de 2016



CRÍTICA LITERÁRIA


Atividade que tem como objetivo tornar mais inteligível o texto da obra literária através de uma reflexão crítica que varia segundo as orientações culturais da época em que essa mesma atividade se desenvolve.

Na Literatura, a crítica literária é uma disciplina que analisa e valoriza seja positivamente ou negativamente uma obra literária.

Consequentemente, um crítico literário se expressa através de um meio de comunicação escrito ou oral, avaliando e opinando sobre as características de uma determinada produção literária também chamada de crítica literária.

Portanto, a crítica é uma forma de expressar a opinião e o julgamento de uma pessoa sobre alguma situação, personagem, obra artística, entre outras.



Teoria da Literatura é a ciência à qual cabe estudaras manifestações literárias. Por ser uma ciência, requer técnicas competentes para atuar nessa área do conhecimento.

Teoria da Literatura é um ramo do conhecimento que pensa sobre o fazer literário. Ideias, hipóteses, concepções sobre os diversos fatores que envolvem a obra literária são questionados, formulados, refutados e confirmados através de reflexões sistemáticas sobre determinados temas.



Há diversos conceitos de literatura, que variam de acordo com as épocas 
ou com os interesses de quem os formula.



A teoria da literatura objetiva-se a estudar a obra, o autor, o leitor e todo o processo que envolve as obras literárias. É com base na teoria da literatura que se fazem as resenhas, as análises, as críticas literárias.

É uma base de dados, que permite construir-se um método de reflexão e análise dos textos literários. No cruzamento dos dados da história literária, pode-se estabelecer as mudanças ocorridas no processo histórico com  relação ao homem e tudo que o envolve.




É o resultado da junção da disciplina História com o conceito de Literatura. Daí nos fazendo entender que História da Literatura é um subproduto da história. MOREIRA (2002)

É uma criação que data do século XIX,aproximadamente por volta de 1784 e 1791,resultado da junção da disciplina História com o conceito de literatura.

A História da Literatura estuda a evolução da literatura, seja em prosa ou poesia, por meio dos movimentos literários e das relações entre a História e a literatura.

A análise e compreensão dos textos literários são muito importantes, pois nos ajudam a entender melhor o contexto histórico em que o texto foi escrito.

A história da literatura procura entender todas as modificações que a produção literária passou ao longo da evolução da sociedade.

O século XIX, aproximadamente por volta de 1784 e 1791, resultado da junção da disciplina História com o conceito de literatura.

A história da literatura brasileira vem sendo construída a partir do Romantismo. Os historiadores brasileiros entendem que nesse período tem-se obras que justificam a existência de uma literatura denominada de brasileira.

A primeira história da literatura brasileira foi escrita por Sílvio Romero, datada de 1888. De caráter quantitativo, traz um conceito de literatura que aborda as manifestações culturais de um povo e da ciência, valorizando aspectos políticos  e econômico de literatura.


“As histórias da literatura procuram acomodar as produções literárias, estabelecendo um lugar de destaque ao autor, ao leitor, a obra e a crítica. Isto se dá por meio da evolução da forma e conteúdo artísticos, acompanhado da localização histórico-cultural em que a obra está inserida, além do movimento artístico ao qual a obra  pertence.”(LIMA;FERNANDES,2012).
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Dentre os vários historiadores nacionais, destaca-se:

Sílvio Romero, José Veríssimo, Ronald de Carvalho,  Afrânio Coutinho, 
Antônio Cândido, Otto Maria Carpeaux  e Alfredo Bosi.



                    ANTÔNIO CÂNDIDO 
Escritor, crítico, poeta, ensaísta e professor universitário (24/7/1918)

Estudioso da literatura brasileira e estrangeira, possui uma obra crítica extensa, respeitada nas principais universidades do Brasil.

Maior crítico brasileiro da atualidade e defensor da “visão de que literatura não é apenas um conjunto de obras”.

O traço característico de seu pensamento é abordar o valor do texto, do autor e do leitor, aliados a uma linguagem.





Professor, crítico literário e ensaísta brasileiro. Ocupou a cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 17 de abril de 1962.

Considerado uma das maiores expressões dos estudos literários no Brasil, no século XX.




Seu estudo refere-se à  interpretação de autores e  obras, privilegiando um periodicidade de estilos.





Crítico, ensaísta, folclorista, polemista, professor e historiador da literatura brasileira, nasceu em Lagarto, SE, em 21 de abril de 1851, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18 de julho de 1914.


Escreveu a primeira história da literatura brasileira, com caráter quantitativo, trazendo um conceito de literatura que aborda as manifestações culturais de um povo e da ciência, valorizando aspectos políticos e econômicos.





HISTÓRIA LITERÁRIA SÉCULO XIX



Segundo Van Tieghem, na perspectiva do método histórico:


1. Literatura Comparada estuda as relações entre as produções de diversas literaturas modernas, procura explicar a obra literária pelas fontes, imitações,influências.

2. Literatura Geral estuda-a nas suas relações com as obras análogas, na forma ou no espírito, produzidas na mesma época ou em épocas paralelas em vários países.

3. História literária e sociológica estuda o público a que se dirigem as obras, os elementos diversos, os caracteres, as reações, as variações sucessivas ouparalelas do gosto, a influência nos escritores (Hennequin, Lacombe Lanson,Mornet, Schücking, etc.);

4. História literária e geográfica agrupa os escritores e as obras por províncias ou regiões (Pierce, Nadler, Dupouy);

5. História literária geracional e periódica divide a evolução da literatura em periódicos (Periodisierung), ou mais especificamente, em “gerações”, com o intuito de melhor explicar as sucessões e alternâncias de que é feita a história literária (Georges Renard, Cysarz, Petersen, Thibaudet, Peyre, Pinder, Marias, Carilla, Portuondo, etc.)




CRÍTICA DA LITERATURA



 Criticar é julgar o valor de uma obra literária através de critérios  identificáveis.

 Criticar é  examinar os elementos formais de uma obra de arte em particular.

         É através das críticas que melhor se pode avaliar o conteúdo estético numa determinada situação da história literária. Este aspecto histórico da crítica faz com que se torne um dos instrumentos mais presentes de que se utiliza uma sociedade para entender as questões sociais  e políticas, num contexto social e numa tradição cultural.


         Os críticos anteriores ao século XIX apresentavam uma característica em comum com a crítica posterior: falar de livros. Fora isso, a proposta era bem diferente e também recebeu um nome: poética. Por poética, entendesse um conjunto de regras para a elaboração de  obras que atendessem a um certo padrão de beleza, chamado de ideal clássico, e  que  correspondia ao gosto da aristocracia

Assim, as poéticas eram uma espécie de manual para os escritores do futuro,
descrevendo um padrão a partir do uso de regras de composição



O termo formalismo descreve uma ênfase da forma sobre o conteúdo ou significado nas 
artes, literatura, religião, direito, filosofia, matemática entre outras áreas. Um praticante do 
formalismo é  denominado formalista.

O Formalismo Russo, que também é conhecido como “Crítica Formalista”, foi uma  escola 
de crítica literária que se desenvolveu na Rússia a partir de 1910 sendo
 interrompida  em 1930 por decisão política. 
Essa escola tinha como objetivo o estudo 
da linguagem  poética.

O foco de sua atenção é a realidade do texto enquanto linguagem. Não há ênfase ou  
destaque para elementos exteriores, como por exemplo, a biografia do autor,
 a filosofia entre outros.

Para os teóricos formalistas, o conteúdo de uma obra era visto apenas como  a  matéria
que  possibilita  formas  diferentes  de  composição. Ao analisarem um romance, por 
exemplo, eles não perguntavam  sobre   o que era a obra, mas buscavam investigar de que
maneira o escritor utiliza  o tema para explorar  novas formas..

Nesse sentido, sua atenção  era direcionada para  a  estruturação  da 
 obra,  para  as  estratégias  empregadas  pelos 
autores para compô-la.



Principio do estudo literário formalista:

A definição de literatura se apresenta de maneira muito ampla no universo do  mundo literário. Para os formalistas russos, existe uma distinção significativa que caracteriza  o texto literário: a linguagem poética e a linguagem prosaica.

Linguagem prosaica: é a ferramenta de comunicação cotidiana, com função referencial  eutilitária

Linguagem poética: tem ênfase na desautomatização da percepção do receptor,  obrigando o leitor a uma leitura mais atenta e um maior comprometimento com o texto  artístico.

Os Formalistas consideravam que a obra literária não era um mero veículo de ideias Nem uma reflexão sobre a realidade social, era um fato, um material plausível de análise, formada  por palavras e não por objetos e sentimentos, e seria um erro considerá-lo como a expressão do pensamento de um autor. “Os modelos teóricos- literários que o formalismo  russo criou, estão ainda conosco, permanece não como alguma curiosidade histórica,  mas omo uma presença vital no discurso teórico de nossos dias.” (Steiner




  Principais integrantes:


          

Boris Eikhenbaum, Viktor Chklovski,Iuri Tynianov,Roman Jakobson, 

Ossip Brik, Boris Tomachevski  Vladimir Propp

O formalismo é o conceito de que tudo que é necessário numa obra de arte está contida nela. O contexto da obra, inclusive o motivo de sua criação, o pano de fundo histórico e a vida do artista, não é considerado significativo 



O estruturalismo é uma corrente de pensamento nas  ciência Humanas que se inspirou no modelo da linguística e que depreende  a realidade social  a partir de um conjunto considerado elementar (ou formal) de relações.

Não  oferece uma análise padrão,  nem pontos de vista teóricos  semelhantes,  nem um método canônico que faça surgir  a estrutura de um texto, apenas tentam mostrar como se produz a  significância, ou como o texto se abre para um plural de interpretações possíveis.

“Chama a atenção para a importância do leitor, sujeito que é responsável pela permanente atualização das obras literárias.”


De acordo com estudiosos e críticos literários, o termo estruturalismo não seria uma escola 
ou um movimento literário pelo fato de seus autores não estarem presos a nenhuma doutrina 
específica.

Estruturalismo seria um léxico ao qual as ciências sociais recorrem com frequência. Nessa 
complicada tentativa de definir e entender o que o termo em questão representa e significa, 
seria prudente começar pela definição dada ao mesmo pelo dicionário da língua portuguesa.


Sincronia e Diacronia

         A análise sincrônica de um dado é estática e descritiva; ou seja, estuda o funcionamento da língua e sua constituição como fonemas, gramática e palavras. É o estudo do objeto em si, imóvel no tempo, e das relações existentes no sistema da língua no presente ou no  passado. O estudo diacrônico é evolutivo e histórico, se concentra nas mudanças da língua através do tempo. É o estudo da linguística histórica analisando a relação de um fato com seus anteriores e posteriores. A diacronia pode ser dividida em duas vertentes: história externa e interna.

A primeira está ligada ao estudo das relações existentes entre fatores sócio-culturais e 
Evolução  linguística. A segunda se concentra na evolução estrutural, fonológica e
 morfossintática.



A união do significado com o significante dá origem ao 
que pode-se chamar de si.




      A Estética da Recepção surge em meados do Século XX, com um grupo de teóricos na Alemanha, com o desejo de conceder ao leitor sua real importância. Ela se diferencia da teoria da estética tradicional, pois entende a Literatura como processo de produção, recepção e comunicação, ou seja, uma relação dinâmica entre autor, obra, leitor e o sentido daí resultante.



É a teoria da literatura formulada por Hans Robert Jauss e  seus colegas da Escola de Constança, no final da década de 60,que retoma a problemática da história da literatura. Jauss valoriza, 
acima de tudo, o Leitor.




        “Movimento que desencadeou uma abordagem linguística  da literatura. Jakobson e Chklovski entre seus representantes, procurou mostrar como o texto poético  instaura a consciência formal do discurso literário em seus níveis semântico, sintático e fonológico.

         Para a estética da recepção, todo texto é uma obra em potencial, que se realiza através da ação do leitor e dos efeitos que nele provoca. [...] O autor, ao invés de impor uma ótica única ao leitor, deve despertar diferentes pontos de vista e deixar perspectivas em aberto. A tarefa do autor é despertar no leitor o desejo de ler. Já a tarefa do leitor é a de formar a partir do texto uma interpretação original que não é necessariamente aquela formulada pelo autor da obra. (VENTURELLA, 2012).





A interação entre texto e leitor
         Como leitores, estamos constantemente fazendo interpretações instáveis, que são confirmadas ou não por outros vazios, que por sua vez criam outras interpretações. (Um romance não será lido até o final se descobrirmos no início o que acontecerá no final)

O lugar do leitor no texto
         O lugar do leitor é essencialmente feito de vazios, de pontos  de indeterminação no texto,  onde o leitor deve se colocar e  interpretar. 

Há dois tipos de vazios

CHOQUE DE PERSPECTIVAS
         Pode-se dizer que são produzidos vazios no choque de perspectivas de um determinado texto. Por exemplo, o choque entre a perspectiva de uma personagem X, que acredita que a personagem Y é um assassino e a perspectiva da personagem Y, que pensa que X é o assassino. No choque entre as duas perspectiva é criado um ponto de indeterminação, que pode ser chamado de vazio do texto. Não sabemos o que realmente aconteceu e devemos preencher esse vazio e criar uma outra perspectiva, a perspectiva do leitor. É por isso que Iser afirma que a coerência do texto nunca depende dele mesmo, mas do leitor.

INTERRUPÇÃO DA CONTINUIDADE
         Esse é um tipo de vazio com o qual convivemos frequentemente na nossa vida quotidiana (Novela ) texto,  onde o leitor deve se colocar e  interpretar



    Entre a obra e o leitor, estabelece-se uma relação dialógica. Essa relação, por sua vez, não é fixa, já que, de um lado, as leituras diferem a cada época, de outro, o leitor interage com a obra a partir de suas experiências anteriores, isto é, ele carrega consigo uma bagagem cultural de que não pode abrir mão e que interfere na recepção de uma criação literária particular.” (ZILBERMAN, 2008).